"A MPB onde ela merece estar"

Diário Catarinense
20 de novembro de 2009 N° 8629

SHOW

A MPB onde ela merece estar

A Música Popular Brasileira (MPB) está meio desaparecida da vida noturna. E isso não só em Florianópolis, mas em todo o país, onde ritmos exóticos e batidas eletrônicas dominam a cena. Nossa maior referência sonora anda restrita aos cantinhos dos bares, onde músicos desfilam ao violão um repertório conhecido, mas de modo meio tímido. Agora, ela está voltando ao lugar que lhe é de direito.

E o retorno é cheio de presença e personalidade: são 11 músicos no palco, a maior parte deles conhecidos da cena musical da Ilha. O grupo recebeu o nome de Sabor Brasil, e valoriza vocais e pianos nas suas apresentações. Hoje, em comemoração ao seus 12 meses de atividades, faz seu primeiro show no Jinga Bar, espaço dedicado à música de raiz brasileira, na Lagoa da Conceição, na Capital.

Os pianos e teclados de Marcos Rocha, o baixo de Alexandre e a bateria e percussão de Gilson (Baixinho) e Jayme Salvon servem como cama para as harmonias vocais de Luciane Daux, Leonora Damerau, Wolney, Leandro, Tirzinho, Belinha, Spiri e Aurélio das Antigas. O show de hoje contará com a participação nos vocais de Lurdinha e Cláudia Barbosa, bem como da tecladista Denise de Castro.

Os referenciais do Sabor Brasil são os conjuntos vocais da Bossa Nova, como o Quarteto em CY e o MPB-4. Aliás, foram os 50 anos de idade da Bossa – festejados no ano passado – que serviram como inspiração para a criação do grupo. Em 1958, foram lançados os primeiros discos associados ao gênero, sobretudo Chega de Saudade, de João Gilberto. Foi o início do gênero que tornou-se sinônimo de Brasil no resto do planeta.

Repertório traz grandes nomes

No repertório, que homenageia o gênero com releituras de Tom Jobim e Vinicius de Moraes (Chega de Saudade, Wave, Águas de Março, A Felicidade), é flexível: também pode passar por Paulinho da Viola (Dança da Solidão), Novos Baianos, Antônio Carlos e Jocafi e até mesmo Erasmo Carlos.

Os planos para o segundo ano de vida são ambiciosos. O Sabor Brasil vai lançar um disco, mas não será em vinil e muito menos nos tradicionais CDs: pretendem disponibilizar o trabalho apenas em pen drive. As gravações deverão ser finalizadas no início do ano que vem. O grupo está gravando material de artistas locais, com arranjos e direção musical de Marcos Rocha

Serviço
Quando: Hoje
Onde: Jinga Bar (Av. das Rendeiras 1046, loja 1, Lagoa da Conceição)
Horário: 22h
Ingresso: R$ 15

rene.muller@diario.com.br

RENÊ MÜLLER
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